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Com o metaverso não veremos mais o mundo pela tela, e sim faremos parte dela


Disney Metaverso

De acordo com o Goldman Sachs, o metaverso já é uma oportunidade de 8 trilhões de dólares. Mas por que o metaverso é tão interessante? Esse hype todo se deve basicamente a dois fatores: a extrema digitalização que aconteceu nos últimos dois anos e o grande interesse por games por parte da geração Z. O metaverso não é apenas uma evolução das redes sociais. Ele é também a criação, a partir do zero, de uma novíssima economia que gira em torno de ativos 100% digitais. Certamente uma mudança tão profunda quanto a invenção da própria internet. Para poder perceber isso é só tentar vislumbrar todas as possibilidades de um ambiente onde o planeta inteiro pode se encontrar instantaneamente e onde não há fronteiras. E mais assustador: elas passam a não fazer mais sentido. Estaremos finalmente presenciando o fim dos estados-nação como os conhecemos hoje.


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Mas vamos com calma. Na verdade, o que chamamos de metaverso hoje não existe de fato. Ainda está sendo construído. O que temos são apenas projetos de mundos virtuais, tais como o Decentraland, um mundo virtual descentralizado, e o Axie Inifty e o Sanbox, ambos ecossistemas de jogos descentralizados. Eles todos não se comunicam entre si. Ainda é necessário um avatar específico para cada mundo desses. Como um perfil no twitter e outro no Instagram. Não se pode ter o mesmo perfil nas duas redes sociais. É preciso um perfil diferente em cada uma delas. Para podermos entender o conceito de metaverso nesse nosso contexto, poderíamos dizer que ele é um mundo virtual que funciona com base na intersecção entre blockchain, web 3.0 e Realidade Virtual/Realidade Aumentada.

Ou seja, uma internet incorporada, onde, em vez de apenas visualizarmos o conteúdo, estaríamos nele.


O que tudo indica que acontecerá é que esses metaversos ou mundos virtuais formem um multiverso e ele será como a camada base da internet. Ele vai permitir que diferentes empresas construam suas próprias plataformas e aplicações. Vai permitir também que os usuários a acessem, entrem e saiam dessas diferentes plataformas usando um único avatar. Mas para isso acontecer muito ainda precisa ser feito, principalmente em relação ao acesso ao metaverso em si, que hoje acontece somente de através de wearables, como os óculos VR, que apesar de décadas de desenvolvimento, ainda são muito caros para se adquirir e volumosos para se usar.


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Mas uma coisa é certa: não se pode conceber um metaverso sem NFT, NFT sem DeFi (Finanças Descentralizadas), DeFi sem cripto e cripto sem blockchain. Sem blockchain a ideia de metaverso vai toda por água abaixo. Não há metaverso sem blockchain. Entendamos blockchain aqui, para todos os efeitos, como uma base de dados distribuída e protegida por criptografia, mas com uma característica inédita: a imutabilidade. Em outras palavras, registro no blockchain é como uma escritura na pedra. É para sempre. Outra característica formidável do blockchain é poder fazer o registro de programas que se auto-executam. Eles foram batizados de contratos inteligentes ou smart contracts. Uma nomenclatura infeliz, porque eles não tem nada de contrato e muito menos de inteligência. Mas, deixemos para lá.


Já compreendida a ideia de blockchain, voltemos ao metaverso. Atualmente o número de pessoas que estão utilizando esses mundos virtuais só aumenta, e à medida que essas atividades vão sendo realizadas no mesmo nível da realidade, uma quantidade gigantesca de dados vai sendo gerada. E todo esse processo exige que uma grande quantidade de dados seja armazenada de forma que não possa ser alterada. Esses dados gerados no metaverso têm um valor em si. E à medida que a quantidade de dados aumenta, o valor deles se eleva e a importância da confiabilidade e da segurança também. Como resolver esse problema? Resposta: BLOCKCHAIN. Por que? Porque, graças à sua imutabilidade, ele é a única tecnologia capaz de garantir a confiabilidade desses dados no metaverso.


Agora que já não temos mais dúvida sobre a importância/necessidade do blockchain no metaverso, precisamos perceber que ele (blockchain) traz consigo novíssimos conceitos que quebram todos os paradigmas relacionados aos modelos econômicos, financeiros e de governança que nós conhecemos. Esses conceitos são: NFTs como uma classe de ativos, DeFi, identidade auto-soberana (SSI) e a governança descentralizada.


Vamos ver um de cada vez. Comecemos com os NFTs, sigla em inglês para tokens não-fungíveis. Para ficar mais fácil de entender, um livro comprado na Amazon é fungível, pois podemos trocá-lo por outro igual. Mas esse mesmo livro, autografado pelo autor, já passa a ser único, portanto infungível. Resumindo: um NFT é na verdade um certificado de propriedade digital. É ele que garante que um ativo digital exista em uma blockchain com uma assinatura única. O blockchain permite que qualquer pessoa verifique a autenticidade e a propriedade de um NFT. Ele é de fato a representação da propriedade no mundo digital.


A ideia de propriedade já é antiga e vem nos acompanhando desde os primórdios. Aliás, nós primatas, territorialistas por natureza, fomos programados para possuir. Não compreendemos um mundo onde não haja posse de algo. Desde de criança demarcamos território. Isso é meu, isso é seu, isso é nosso. Mas quando o mundo digital surge, o conceito de propriedade entra em total dissonância com esse mundo, pois bastava um “Ctrl C - Ctrl V” e pronto, uma cópia do arquivo surgia na sua frente como num passe de mágica. E nesse mundo onde tudo era replicável, inexistia escassez. E nós sabemos que o abunda não tem valor, não é mesmo? Somente a escassez gera valor. Por isso que o NFT é a segunda maior invenção depois da roda, porque ele conseguiu trazer escassez para o mundo digital, um mundo onde tudo era copiável. E com essa escassez no mundo digital, hoje é possível se criar uma infinidade de ativos nunca antes imaginados.


O segundo conceito que o blockchain traz para o metaverso é o das finanças descentralizadas ou DeFi. É através do DeFi que ocorrem as transações de ativos dentro dos mundos virtuais. Graças à sua alta taxa de transação, o DeFi permite que o metaverso funcione de forma otimizada, mesmo com sua grande quantidade de dados armazenada de forma imutável.


O DeFi corresponde a nada mais nada menos do que aplicativos que simulam serviços de bancos e corretoras, tais como empréstimos, poupança, pagamentos, etc., usando somente cripto, de forma autônoma e sem fronteiras. Na verdade, no DeFi não importa quem você é, de onde você vem e o que você tem a oferecer. Ele é igual para todos. Basta conectar a sua wallet para obter acesso a todos os serviços financeiros sem a necessidade de se criar uma conta ou de KYC.


O DeFi é fenomenal porque ele busca não apenas simplificar o ecossistema financeiro, que já é pra lá de complexo, mas também reduzir as barreiras, diminuindo custos, aumentando a transparência, reduzindo o número de intermediários e democratizando de modo geral a criação e o consumo de produtos financeiros. A ideia soa anárquica e anticapitalista. Porém, o que o DeFi de fato faz é eliminar os intermediários e criar um capitalismo radical que transfere dinheiro para quem cria e quem consome e para quem trabalha para manter e aperfeiçoar a rede.


O terceiro conceito trazido pelo blockchain para o universo dos mundos virtuais é o da governança descentralizada. No metaverso, assim como nas redes sociais, existe a figura das comunidades. E para fazer com que essas comunidades funcionem de forma correta, se faz necessária uma governança que não seja baseada em um único ente ou pessoa. Ela precisa ter um desenho descentralizado, onde todos possam propor e votar para a melhoria do todo.


Umas das formas de se pôr isso em prática é através das DAOs - Descentralized Autonomous Organizations. As DAOs oferecem um sistema social que se auto organiza, sem hierarquias. Elas são entidades auto-governadas com regras especificadas por contratos inteligentes executados e validados em uma Blockchain. Imaginemos uma empresa totalmente virtual e robótica, capaz de operar e se gerenciar sozinha e inteligente o suficiente para, autonomamente, contratar funcionários e demitir os de baixo desempenho. Isso seria uma DAO.


Na verdade as DAOs vão permitir que uma rede global de usuários que está no metaverso decida as regras de seu espaço virtual de propriedade coletiva, fugindo assim do controle das corporações centralizadas e até mesmo do próprio estado-nação, que já provou ser um ente centralizador totalmente ineficiente. O que nós veremos em breve serão novas formas de escolha coletiva, como votação quadrática e democracia fluida, com variabilidade de instrumentos de representação direta ou por delegação. Tudo isso promete revolucionar a forma como organizações complexas são geridas.


Agora vamos falar de identidade. Em um mundo digital, como você faz para provar que você é quem você é, em escala e sem uma autoridade envolvida na comprovação dessa informação? É aí onde entra o quarto e último conceito agregado ao metaverso pelo blockchain que é o da Identidade Auto-Soberana (Self Sovereign Identity - SSI). É ela que vai garantir que indivíduos e organizações tenham total propriedade sobre suas identidades digitais e/ou analógicas, tornando dessa forma possível o controle por parte do usuário de todos os seus dados individuais que são acessados e utilizados no ambiente digital. O usuário vai poder provar quem ele é sem a necessidade de autoridades centralizadas emissoras e autenticadoras de identidades e melhor, sem revelar suas informações reais identificáveis. A Identidade Auto-Soberana é um sistema de confiança descentralizado do qual ninguém é dono, mas que todos podem usar.


Não temos dúvidas que o metaverso é uma oportunidade de receita de trilhões de dólares em publicidade, comércio social, eventos digitais, hardware e monetização de desenvolvedores e criadores. Mas pra se ter um ambiente “sempre ligado” capaz de suportar milhões, senão bilhões de pessoas online no mesmo espaço virtual ao mesmo tempo, vai ser indiscutivelmente necessário o uso de tecnologias de imersão mais acessíveis, 5G e energias altamente renováveis, como hidrogênio verde, por exemplo.


E à medida que observamos o desenrolar dos eventos, estamos cada vez mais convencidos de que existem duas versões do metaverso emergindo; um centralizado e controlado pelas Big Techs e outro aberto sendo construído na Web 3.0. Como pioneiros e participantes ativos nessa busca, cabe a todos nós lembrar que podemos de fato construir uma Web melhor, um metaverso melhor.


E nesse espaço digital real onde bilhões de avatares vão interagir, nenhuma empresa pode ter, ou ser, o metaverso. Precisamos sim de um metaverso aberto e descentralizado onde possamos desbloquear valor e liquidez presos em plataformas nunca antes acessíveis para finalmente podermos retomar o controle de nossos próprios dados sem abrir mão dos luxos da internet que a tornaram tão inovadora. Uma coisa é certa: não veremos mais o mundo pela tela, e sim faremos parte dela. A tecnologia está aí. O próximo passo é abraçá-la.


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Dan Stefanes CEO at Blockchain One | Lawyer | Metaverse | NFTs | Smart Contracts | DeFi Specialist

"Precisamos sim de um metaverso aberto e descentralizado onde possamos desbloquear valor e liquidez presos em plataformas nunca antes acessíveis." Dan Stefanes #blockchain #defi #NFT #DAO #metaverso #future

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